Em Mulungu (CE), no Maciço de Baturité, as
histórias sobre objetos voadores não identificados que têm aparecido no
local variam. Muita gente jura ter visto luzes estranhas se movendo no
céu, em locais e dias diferentes. Depois do fenômeno, ainda
inexplicável, que destruiu bananeiras no Sítio Guritiba, os relatos
ganharam força e fama. A população está assustada, repassa histórias de
gente que teria sido ferida após os acontecimentos na cidade. No jornal O
Povo de 19 e 20 de agosto, constam novas manifestações no local. O
morador Carlos Eudes de Souza Miguel andava pelo terreiro de casa quando
uma luz forte chamou a atenção. "Ela se aproximou de mim, abriu uma
fresta de uns 20 cm e clareou meus pés. É da cor de uma lâmpada
fluorescente, tipo o flash de uma câmera. Foi rápido", descreve o homem
de 38 anos. Chamou o pai e a mulher, que estavam na casa e ligou para
alguns conhecidos, achava preciso mais gente para testemunhar o fato. O
UFO ainda “ficou um bom pedaço” até desaparecer. O radialista Tony
Siqueira, assim que recebeu a ligação de Miguel, pegou a moto e partiu
para lá. Assustado com a descrição chamou um vizinho para ir também.
Mais alta ainda, a luz parecia menor. Foi preciso subir em uma mangueira
para captar melhor a imagem com a câmera digital. "O brilho da luz
aumentava e diminuia. Não fazia barulho e ficava muito alto", relata
Siqueira. "As luzes da casa foram todas apagadas por precaução", conta o
radialista.
Célio Martins, dono do sítio, também foi ao local e registrou o
fenômeno com fotos. Para ele o que antes era só curiosidade agora se
tornou preocupação. A quantidade de gente na segunda-feira à noite
causou espanto. "Foram mais de 20 motos lá. Parecia uma romaria. Sem
falar nas conversas que apareceram". Dentre os comentários o de que
seria um disco voador é o mais recorrente. Carlos Eudes, o morador que
primeiro avistou o objeto luminoso, diz acreditar que não é algo deste
planeta. "Falam que existem vários planetas. Acho que cada um tem gente
diferente, né?", conta. Os moradores entraram em contato com o ufólogo
José Agobar Peixoto, que visitou a cidade na semana passada quando soube
do fenômeno que destruiu bananeiras. Ele adianta que vai examinar as
fotos e que está analisando a situação. Mas ainda não descarta a
possibilidade de um típico caso ufológico. “Pode até ter existido. Não
houve pouso, mas, de qualquer maneira, é preocupante”, alerta o
pesquisador.
Há a história de que um homem teria adquirido um ferimento na testa
depois que foi ao local onde ocorreu o fenômeno com as bananeiras, na
madrugada do sábado, dia 08. Na cidade, contam que outra mulher tenha
contraído alergia, na forma de manchas vrmelhas, depois de ter ido ao
local. O professor Luiz de França Leitão Arruda, 50 anos, acredita na
chance de ser algo extraterrestre. “Isso pode ser uma evidência de que
não estamos sozinhos no universo”, teoriza. José Miguel Filho, morador
da casa, estava lá no sítio quando houve o fenômeno com as bananeiras:
“Ouvi um chiado que nem TV quando sai do ar, mas era mais forte”. O
barulho foi seguido de duas pancadas fortes. Garante que não teve medo,
mas preferiu não sair de casa para verificar o que era.
A mulher dele, de 58 anos, não quer mais conversa com a imprensa. Com
pressão alta, já passou mal com tanta multidão em casa, querendo
conferir a história. O filho, Carlos Eudes de Sousa Miguel, registrou
fotos da luz se movendo na última segunda-feira. Depois que ele percebeu
o clarão, entrou e pegou a câmera. Saiu pelas plantações acompanhando o
UFO, que seguia no alto. Mas o que mais o chateia são os comentários de
que estaria mentindo. Reafirma que não ganharia nada com isso. Carlos
assegurou não ter medo, mas, por cautela, está pedindo por tranqüilidade
nos próximos dias. “Tomara que a gente fique bem, fique em paz”, saúda,
na despedida.
Após a ocorrência, Antônio Marreiro, 55 anos, correu para conferir.
Voltou para casa com um ferimento na testa. "Senti o olho escorrendo
água. Quando vi, estava queimado". Ele afirma ter sentido o olho arder,
mas não procurou atendimento médico. Até ontem, o ferimento ainda estava
visível. Marreiro defende a possibilidade de que sejam estrangeiros
espionando a área em alguma aeronave.
Pela cidade, Socorro Tavares é conhecida como “a professora que
ensina a se defender dos discos voadores”. Agora, que as histórias de
aparecimento de UFOs voltaram, o assunto ganhou vez. Na zona rural, onde
ensina, ela tenta explicar que o momento é para mais conhecimento, e
não medo. Os alunos são crianças de sete até 13 anos de idade, do ensino
fundamental. Estudam na escola do Sítio Grota, a sete quilômetros da
sede. “Digo que, quando forem brincar fora, brinquem sempre na presença
de um adulto. E que, se olharem para cima e virem algo estranho, entrem
logo em casa”, orienta. Socorro não dá palpite sobre o que seja o
objeto, mas não rejeita a ideia de ser algo extraterrestre. Pode haver
vida também em outro planeta, sugere: “Não é coisa de assombrar, é
curiosidade. Isso pode ser usado na tentativa de aprender mais”.
Um novo acontecimento nos foi relatado. No Sítio Trapiá, ocorreu algo
que deixou os avós de um menino de 12 anos extremamente preocupados. O
garoto dormia normalmente, dentro de casa e, no outro dia, na hora de
acordá-lo, não encontram-no no quarto, quando então observaram uma
abertura no telhado. Preocupados, abriram a porta da entrada e ele
estava dormindo no quintal. Trata-se de mais uma ocorrência séria a ser
apurada pelos ufólogos. O professor Luiz França releva: "Gostaria de
saber sobre a possibilidade de vocês enviarem técnicos especializados e
devidamente equipados, com a finalidade de estudarem este fenômeno aqui
de Mulungu. O que nós exigimos é que a análise e esclarecimento dos
fatos sejam realizados por pessoas éticas e comprometidas com e
verdade."
Mulungu é uma cidade com cerca de 11 mil habitantes, localizada a 110
km de Fortaleza, capital do Ceará. Vizinha de Baturité e Aratuba -
região de muitos casos ufológicos conhecidos -, um fenômeno estranho e
ainda inexplicável tem despertado a curiosidade na população. Um barulho
diferente e as marcas físicas deixadas, que destruiu várias bananeiras
de um sítio a dois quilômetros da sede do município, no Maciço de
Baturité, intrigaram a todos. O caso ocorreu no Sítio Guritiba, na
madrugada do dia 08 de agosto. Os habitantes foram acordados por um
chiado forte, que vinha do lado de fora. Francisco Célio Martins, dono
do sítio, que não dormia ali no momento, se surpreendeu posteriormente
com o relato dos moradores. Segundo eles, viram luzes também, mas
preferiram não conferir, com medo. O homem pensou que eram nuvens que se
deslocavam em frente à Lua e, na manhã seguinte, o filho do casal que
mora na casa diz ter sentido um diferente odor de enxofre, não sabendo
de onde vinha. O susto maior transcorreu depois, quando perceberam que
havia marcas de queimadura nas bananeiras, algumas delas estavam
entortadas para dentro da touceira, chamuscadas, marcadas no mesmo ponto
e todas dobradas no mesmo nível.
Algumas folhas, em vez do habitual preto, tinham a cor marrom. Também
foi notada pelos moradores uma tinta de cor prata, grudada nas
folhagens e nas bananas ainda verdes. No mesmo dia, crianças da cidade
garantem ter visto na areia pegadas em forma oval. "É um caso estranho.
Muitas pessoas já foram olhar, mas tem gente com medo de radiação",
descreve Martins. Ele afirma que o que se comenta na cidade é que uma
nave espacial tenha tentado pousar na região. O comerciante Francisco
Carlos, que mora em Mulungu, lembra que o caso já aconteceu há alguns
anos: "Voltou de novo aquele disco voador. Isso já havia acontecido".
Ele acompanhou o debate pela rádio local, que abordou o assunto, com a
participação do pesquisador em Ufologia José Agobar Peixoto. Na cidade,
não se fala em outra coisa, cita o comerciante. "Todo mundo está dizendo
que Mulungu é rota de disco voador. O comentário aqui é geral".
Martins, que é oficial de justiça, fotografou as bananeiras e os cachos
de banana que continham a tinta prata. A marca foi encontrada também em
algumas folhas da planta.
O ufólogo José Agobar Peixoto foi a Mulungu, visitou o sítio, colheu
material, conversou com as pessoas e deu entrevista na rádio local,
tranqüilizando os moradores. Ele analisou: "Aqui, de 10 em 10 anos,
sempre ocorrem esses fatos estranhos. É palco de casos muito
complicados, como esse problema de bananeiras quebradas. E agora, a
coisa está se repetindo". Segundo ele, vai continuar observando esses
fenômenos e verificando a continuidade deles na área. Agobar viu as
plantas: "É alto. Não havia como uma pessoa fazer aquilo. Nós colhemos
alguns cachos de bananas com marcas estranhas e vamos avaliar", cita o
pesquisador. Ele narra que, além da história esquisita, há o relato de
gente que afirma ter sido perseguida por uma luz na área, na mesma
cidade. O caso teria ocorrido há dois meses, na localidade do Sítio São
Paulo. "Algumas pessoas foram para embaixo dos cajueiros, das
mangueiras, com medo dessas coisas estranhas por aqui", menciona.
No programa Cidade em Debate, da rádio Paz FM, de Mulungu, não
faltaram questionamentos. Ao meio-dia, todos queriam saber mais sobre o
fenômeno, ouvintes ligaram perguntando se era mesmo uma nave espacial,
se o aparelho aparecia de dia ou se havia perigo de alguém ser
resgatado, narrou Tony Siqueira, locutor da rádio. De acordo com ele "a
história não é novidade". Tony mesmo admite já ter passado por uma
experiência parecida, quando voltava da escola, com um grupo de amigos.
Quando desceu do ônibus, notou a luz vermelha e, com medo, correram
todos para baixo de uma mangueira. "Parecia uma antena parabólica. Fazia
um barulho simples, como se fosse um ventilador. Demorou uns 10 minutos
e a luz se apagou", relembra. Faz 10 anos que o fato ocorreu. Há também
o caso de que um cachorro havia surgido sem couro na cidade e ninguém
sabe como foi feito isso com o animal. "Mas as pessoas atribuem a um
disco voador", explica, garantindo que não é lenda. Acrescenta ainda que
o período entre os meses de julho e setembro é quando mais surgem esses
fenômenos. Não se sabe por quê, cogitam até que tenha a ver com o
clima. Segundo Tony, os jovens não acreditam nem gostam de falar sobre o
assunto.
O dono do sítio, Francisco C. Martins, nos enviou um rápido resumo:
“No dia 08 de agosto de 2009, por volta da 01h00, cerca de oito
bananeiras amanheceram dobradas para dentro da touceira e todas na mesma
altura. As pessoas que moram perto, como Dedé Miguel e Luzia Miguel
relatam que na dita noite ouviram um som, como um ovo fritando numa
frigideira e, depois, escutaram um ruído como se fosse metal sacudido
pelo vento. Pela manhã, o filho de Carlos Eudes sentiu um cheiro de
queimado muito esquisito e desconhecido. As crianças da casa informam
que viram cinco pegadas de forma oval perto do lugar, agora já
apagadas”. Vale ressaltar que dita região já aconteceram diversos casos.
Martins confirma: “A população já está acostumada com luzes
triangulares, entrando e saindo nas matas, barulhos estranhos e agora
esta tentativa de pouso. Todas as bananeiras possuem cerca de três
metros ou mais de altura, isso só aconteceria se um peso muito grande
tivesse vindo de cima para baixo, ou seja, um autêntico mistério”.
Membros do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), do Ceará,
preliminarmente aventam outra hipótese: de que algum raio poderia ter
atingido esta plantação, principalmente devido à região de serra. Isto
explicaria o cheiro de queimado e as folhas chamuscadas, folhagens de
bananeira se desidratariam muito rápido, e as supostas marcas de pegadas
poderiam ser de algum animal que tenha vindo se alimentar das bananas,
mais perto do solo, já que as plantas estavam dobradas. Desvendaria,
igualmente, os barulhos de estalos relatados. Um outro detalhe, segundo o
CPU, o mês de agosto é uma época de muitos ventos no Ceará e toda
região, inclusive com mais ocorrências de mesmo tipo, entre derrubadas
de plantas e entortamento de caules. Infelizmente, passados vários dias
dos fatos, o cenário estaria contaminado com idéias e adulterado, mas
mesmo assim irão procurar saber mais sobre o que realmente possa ter
ocorrido, em conjunto com o pessoal envolvido e nos informarão em breve.
No jornal Diário do Nordeste do dia 19 de agosto, a matéria "Ventos
atingem 60km por hora em Fortaleza" exemplifica bem a questão das
correntes. Detalhe da matéria: "Podem ocorrer ainda as variações
bruscas, chamadas ´rajadas de vento´, chegando até a 70 km por hora..."
Na área urbana. No interior ou zona rural, os ventos são mais fortes e,
em região de serra, mais intensa ainda. A região do estado onde fica
Mulungu é conhecida como "Maciço de Baturité".
Conforme a opinião do CPU, o acontecido está sendo bem documentado
pelos envolvidos, entretanto, para se atestar que houve realmente um
fenômeno ufológico, se faz necessário mais provas, algumas inclusive
atestadas por um geólogo – região de serra aparecem muitas luzes, sem
falar que devido a umidade temos facilidade para o fogo fátuo – , um
engenheiro elétrico para explicar os sintomas de alguém que adentra em
um ambiente que foi submetido a um forte campo elétrico, um teste em
laboratório para verificar o que eram aquelas manchas pratas nas folhas,
bem como medir a força que foi empregada para a envergadura das
bananeiras. Ver ainda se estas foram quebradas no mesmo nível (altura
com relação ao solo), um agrônomo para verificar a desidratação das
folhas e entrevistar novamente as testemunhas para verificar a
consistência dos depoimentos.
Segundo o grupo, trata-se da consciência que precisamos levar para
dentro da Ufologia, o máximo de provas para que ela se torne mais
reconhecida, mais confiável, que tenhamos o máximo de indícios para dar
sustentação aos casos pesquisados e atestados como ufológicos. Num dos
relatos, o que vincularia um possível relâmpago globular, conhecido
também como raio bola [ball lightning] ao caso seria o clarão visto por
aquela senhora e o chiado diz ter ouvido. Na região já se estabeleceu
que foi disco voador e agora ficaria difícil dizer que é outra coisa,
principalmente pelo tempo já decorrido.
Atualizações a qualquer momento, o caso ainda está sob investigações e
será devidamente avaliado, principalmente agora que surgem imagens e
filmages de um dos UFOs, podendo não ter relação direta com a ocorrência
principal, pois toda a região é de fato palco constante da casuística
ufológica nacional.